DESTINOS CRUZADOS
 O retorno para a cidade sul mineira foi complicado desde o começo. Ele perdeu o ônibus no qual embarcaria, devido às mudanças de horários da empresa que atendia a linha. A segunda alternativa foi dirigir-se para São Paulo, mas o congestionamento fez com que ele chegasse atrasado ao terminal rodoviário e perdesse o ônibus novamente. Por sorte, ou ironia do destino, a empresa havia disponibilizado uma linha extra naquele dia. Enquanto comprava a passagem, uma garota se aproximou dele e perguntou se aquele ônibus teria como destino a cidade de Santa Rita do Sapucaí. Ele disse que sim e ela também comprou seu bilhete. Os dois se sentaram nas poltronas do lado esquerdo do corredor, bem próximas do motorista. A jovem moça pediu para trocar de lugar com ele, ficando ao lado da janela e ele ao lado do corredor. Durante a longa viagem, eles conversaram sobre vários assuntos, inclusive sobre um acidente que havia ocorrido, havia poucos dias em Pouso Alegre. Um Chevete havia sido arrastado por um trem. Mas, mal sabiam eles que o motorista daquele horário em que eles viajavam estava dobrando a carga horária e o cansaço do funcionário era inevitável.
O retorno para a cidade sul mineira foi complicado desde o começo. Ele perdeu o ônibus no qual embarcaria, devido às mudanças de horários da empresa que atendia a linha. A segunda alternativa foi dirigir-se para São Paulo, mas o congestionamento fez com que ele chegasse atrasado ao terminal rodoviário e perdesse o ônibus novamente. Por sorte, ou ironia do destino, a empresa havia disponibilizado uma linha extra naquele dia. Enquanto comprava a passagem, uma garota se aproximou dele e perguntou se aquele ônibus teria como destino a cidade de Santa Rita do Sapucaí. Ele disse que sim e ela também comprou seu bilhete. Os dois se sentaram nas poltronas do lado esquerdo do corredor, bem próximas do motorista. A jovem moça pediu para trocar de lugar com ele, ficando ao lado da janela e ele ao lado do corredor. Durante a longa viagem, eles conversaram sobre vários assuntos, inclusive sobre um acidente que havia ocorrido, havia poucos dias em Pouso Alegre. Um Chevete havia sido arrastado por um trem. Mas, mal sabiam eles que o motorista daquele horário em que eles viajavam estava dobrando a carga horária e o cansaço do funcionário era inevitável. Depois de uma rápida parada no antigo posto Mavesa, na Rodovia Fernão Dias, já em Pouso Alegre, algumas pessoas desceram no local. Para elas, era apenas o fim da viagem. Mas, em seguida, o ônibus foi em direção a cidade. Na época, havia um cruzamento entre a rodovia e a linha férrea, ponto que exigia extrema atenção dos motoristas. “Na passagem de nível, não tinha uma cancela, sinal luminoso, não tinha nada. Havia apenas uma placa que não refletia. Então, na chuva e no meio da noite, não daria pra ver mesmo”, explica Dilno. A parada era obrigatória antes de os veículos avançarem sobre os trilhos; contudo, o motorista do ônibus não parou, desobedeceu ao sinal de alerta que o advertia sobre cruzar os trilhos. Na sua direção, seguia um trem cargueiro com 37 composições e que havia acabado de sair da estação de Pouso Alegre rumo a Itajubá. Com o impacto da colisão com o trem, o ônibus foi arrastado por aproximadamente 200 metros, ficando totalmente destruído. As pessoas que passavam próximas ao cruzamento paravam curiosas para saber o que havia acontecido. Em meio à escuridão e à chuva que não cessava, o silêncio tomou conta do local por alguns minutos. A cena era de destruição e medo. As marcas de sangue estavam espalhadas nos trilhos. Era impossível encontrar sobreviventes em meio aos ferros retorcidos pelo forte impacto. “As cenas que ficaram na minha cabeça foram de uma praça de guerra. Pessoas feridas. Ver os destroços do ônibus foi uma cena muito forte”, comenta Dilno.
Depois de uma rápida parada no antigo posto Mavesa, na Rodovia Fernão Dias, já em Pouso Alegre, algumas pessoas desceram no local. Para elas, era apenas o fim da viagem. Mas, em seguida, o ônibus foi em direção a cidade. Na época, havia um cruzamento entre a rodovia e a linha férrea, ponto que exigia extrema atenção dos motoristas. “Na passagem de nível, não tinha uma cancela, sinal luminoso, não tinha nada. Havia apenas uma placa que não refletia. Então, na chuva e no meio da noite, não daria pra ver mesmo”, explica Dilno. A parada era obrigatória antes de os veículos avançarem sobre os trilhos; contudo, o motorista do ônibus não parou, desobedeceu ao sinal de alerta que o advertia sobre cruzar os trilhos. Na sua direção, seguia um trem cargueiro com 37 composições e que havia acabado de sair da estação de Pouso Alegre rumo a Itajubá. Com o impacto da colisão com o trem, o ônibus foi arrastado por aproximadamente 200 metros, ficando totalmente destruído. As pessoas que passavam próximas ao cruzamento paravam curiosas para saber o que havia acontecido. Em meio à escuridão e à chuva que não cessava, o silêncio tomou conta do local por alguns minutos. A cena era de destruição e medo. As marcas de sangue estavam espalhadas nos trilhos. Era impossível encontrar sobreviventes em meio aos ferros retorcidos pelo forte impacto. “As cenas que ficaram na minha cabeça foram de uma praça de guerra. Pessoas feridas. Ver os destroços do ônibus foi uma cena muito forte”, comenta Dilno. O silêncio foi quebrado, quando Dilno percebeu que algumas pessoas se aproximavam do ônibus à procura de sobreviventes. Sem entender o que estava acontecendo, ele ouviu uma voz que lhe perguntou se conseguia andar. Em seguida, o colocaram em pé ao lado do aterro pelo qual passava a ferrovia e ele desmaiou. O então jovem servidor do Exército somente foi entender o que havia acontecido depois que acordou no hospital. Para os amigos da república em que morava, chegou à notícia de que ele havia morrido. “E como os jornais me davam como morto, foi muito difícil para a família”, lamenta. Para alguns ocupantes do ônibus foi o fim da linha, mas Dilno, e a sua companheira de viagem Dair tiveram a sorte de chegar ao seu destino. Além dos dois, uma terceira pessoa de nome Diomar também foi sobrevivente do acidente.
O silêncio foi quebrado, quando Dilno percebeu que algumas pessoas se aproximavam do ônibus à procura de sobreviventes. Sem entender o que estava acontecendo, ele ouviu uma voz que lhe perguntou se conseguia andar. Em seguida, o colocaram em pé ao lado do aterro pelo qual passava a ferrovia e ele desmaiou. O então jovem servidor do Exército somente foi entender o que havia acontecido depois que acordou no hospital. Para os amigos da república em que morava, chegou à notícia de que ele havia morrido. “E como os jornais me davam como morto, foi muito difícil para a família”, lamenta. Para alguns ocupantes do ônibus foi o fim da linha, mas Dilno, e a sua companheira de viagem Dair tiveram a sorte de chegar ao seu destino. Além dos dois, uma terceira pessoa de nome Diomar também foi sobrevivente do acidente.A imprudência ou desatenção do motorista do ônibus foi a causa do acidente de 4 de setembro de 1974, mas Seu Juca conta que, no trecho da Sapucaí, os acidentes eram comuns e as causas, segundo ele, eram as condições precárias dos trilhos precárias e a falta de sinalização. Quando acontecia um desastre mais grave, logo era estampado nas capas dos principais jornais da região e até nos de circulação nacional. Nas páginas dos periódicos, os acidentes eram transformados em grandes acontecimentos, com reportagens repletas de imagens de terror nos trilhos, o que causava grande impacto na população. Mas as imagens que ficaram na lembrança das pessoas são mesmo as das charmosas Marias Fumaça que seguem tranquilas pelos trilhos, no ritmo de antigamente.
 
 
Me lembro desse acidente quase 42 anos atrás. Em Itajubá o desfile de 7 de setembro foi uma comoção geral, muita tristeza mesmo, porque um dos mortos era o professor Nélio Brandani Tenório da Escola Estadual João XXIII teria viajado até São Paulo para comprar instrumentos musicais para o desfile e no retorno ocorreu o sinistro. Em 1982 o ramal ferroviário foi considerado desativado e em 1984, portanto dez anos depois do acidente, os trilhos foram retirados de todo o trecho (Sapucaí/Itajubá/Soledade). O trem já não existe mais e infelizmente morrem muito mais pessoas nas estradas hoje do que antes e o motivo, ironicamente, é porque os governantes acabaram com os trens e optaram pela rodovia como principal sistema de transporte!!!
ResponderExcluirEle foi a São Paulo para comprar material para a fanfarra do Major João Pereira.
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