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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Indústrias buscam mão de obra fora do país

Muitas empresas instaladas no Sul de Minas tem dificuldade de encontrar profissionais para ocupar diversos cargos. A alternativa encontrada por elas é trazer mão de obra de fora do país.

Há 4 anos o francês Yohan Veyssiere de 29 anos, graduado em Gerenciamento Logístico e Controladoria, desembarcou no Brasil para trabalhar em uma empresa na cidade de Itajubá, Sul de Minas. A falta de mão de obra no mercado interno atrai muitos estrangeiros todos os anos no Brasil. De acordo com o Ministério da Justiça do Trabalho no ano de 2011 houve um crescimento de 57% no número de trabalhadores estrangeiros no país, atingindo 1,51 milhão.


Veyssiere já esteve em outros países como China, Índia, Alemanha, Estados Unidos e agora Brasil, em Itajubá. Nos projetos de desenvolvimento da empresa ele é responsável pelo recrutamento das pessoas, definição de escopo e treinamento/preparação da equipe do projeto, normalmente com duração de quatro semanas. Todas as viajem tem duração de 6 a 8 meses. “Esta é a sétima vez que venho para o Brasil.”

O crescimento da economia brasileira nos últimos anos despertou o interesse de grande número de estrangeiros que procuram trabalho no país. Dados do IBGE revelam que Minas é o terceiro estado que mais recebeu estrangeiros no país entre 2000 e 2010, foram 27.727 imigrantes. Em 2011 foram concedidas 70,5 mil autorizações para estrangeiros trabalharem no Brasil. Houve um crescimento de 25,9% sobre o ano anterior (56 mil autorizações).

Para Guilherme Garnett, 62, economista e professor da Facesm - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas, o país, em especial o Sul de Minas entrou na rota dos estrangeiros que procuram trabalho e novas oportunidades. Mesmo diante da crise mundial o país é uma boa alternativa de emprego. “Principalmente para aqueles profissionais qualificados, o Brasil é uma excelente opção.”

Com uma população de 2,5 milhões de habitantes, o Sul de Minas destaca no crescimento econômico com a geração de milhares de empregos, mas faltam pessoas para ocupar muitas dessas vagas. Com aproximadamente 700 indústrias de diversos segmentos, Pouso Alegre é a décima maior cidade de Minas Gerais e a segunda maior da região. Extrema também se destaca com o grande crescimento industrial.

Garnett explica que o mercado brasileiro está aquecido, mas falta infraestrutura na região que não está preparada para esse desenvolvimento. Ele aponta a falta de uma boa malha viária e aeroportuária para algumas cidades. ”Temos muitas universidades, algumas Federais, que formam profissionais de alta qualidade, nossos Universidades e Faculdades particulares também são bem ranqueadas. Temos cursos de formação técnica de qualidade.”

Em Itajubá está localizada a Helibrás, única fabricante brasileira de helicópteros. A empresa possui 655 funcionários, dentre eles 38 são estrangeiros. De acordo com a assessoria a empresa contrata profissionais de diversos países de acordo com a competência e experiência de cada candidato. “Como nos dias de hoje o conhecimento está espalhado em diversas regiões do mundo, a empresa se mantém aberta ao interesse de profissionais de quaisquer países.”

A multinacional tem profissionais de outros países que ocupam diversos cargos na empresa. “Atualmente, o Brasil não consegue oferecer para o mercado a quantidade necessária de profissionais especializados em algumas áreas, como Engenharia Aeronáutica, o que leva a Helibras a aceitar profissionais de outros países em seus quadros.”
Universitários vivem o desafio de aprender
a controlar as despesas longe de casa
 
É hora de arrumar as malas e encarar um lugar desconhecido. A tão sonhada independência está próxima, mas, com ela, as responsabilidades e uma rotina cansativa para enfrentar sozinho.  Longe de casa, os jovens universitários enfrentam muitos desafios, dentre eles, administrarem seu próprio dinheiro. Mas quando o assunto é gastar, melhor planejar para não  passar  por apuros no fim do mês.

 

Yuri Soares Mendes Pinto, 19, acabou  de  deixar a  casa  dos  pais  para  morar sozinho em Itajubá.   O estudante foi  aprovado  na Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI, e está cursando Engenharia Ambiental. Natural de São Lourenço é  a  primeira vez  que  ele  mora  sozinho e  tem  o  desafio  de  planejar os  seus  gastos.  “Eu tenho que ser  responsável,  além  de administrar  meu  dinheiro, tenho  que  fazer  os  serviços de casa.”
 
É preciso muita coragem para  enfrentar  os  desafios dessa  nova  fase.  Para  manter o equilíbrio é necessário abrir mão  de  alguns  luxos.  É  hora de  aprender  a  administrar  as responsabilidades.
 
DEDICAÇÃO
 
Segundo a economista Diene Eiry da Silva, 35, graduada em  Ciências  Econômicas,  os jovens  têm  dificuldade  de administrar seu dinheiro , pois  não  recebem  nenhuma “ educação financeira” na infância ou adolescência.
 
Yuri estuda  em  período integral,  só  vai  para  casa  a noite.  Depois  dessa  rotina  ele dedica  mais  um  tempo  aos estudos. Para manter esse estilo de vida, além de muita dedicação, ele precisa da ajuda financeira de  seus  pais. 
 
Todo mês  ele recebe mil reais que são utilizados para pagar aluguel e alimentação. Além desse valor, seu pai dá mais trezentos reais para  gastos  extras.  “Eu  não faço nenhum  planejamento, vou ajustando de acordo com o dia a dia.”

PLANEJAMENTO
 
Para Diene muitos jovens desconhecem a necessidade de fazer  um  bom  planejamento porque ocupam a maioria do tempo nos estudos. Para aqueles que  não  controlam seus  gastos,  existe  o  risco  de iniciar  uma  vida  profissional com dívidas.

“Com o  entusiasmo  da sua  primeira  compra  sem  os pais,  eles  se  endividam  já nas  primeiras  experiências consumistas  autônomas.  O difícil  é  retomar  as  rédeas da  vida  financeira  estável”, explica a economista.
 
A maioria  dos  bancos oferece  excelentes  vantagens aos  universitários.  Yuri  abriu uma  conta  universitária  para administrar seu dinheiro. Mas, Diene  alerta  que  é  necessário muito cuidado para não gastar além  do  limite  e  não  cair  nas armadilhas financeiras. Para  Yuri  o  seu  maior compromisso é com os estudos, já que o pai o ajuda com o que é  necessário,  porém,  ele  têm consciência dos seus gastos e os  encaixa  em  seu  orçamento sem comprometimento de sua renda no final do mês.

Por isso é preciso definir muito bem quais os seus objetivos e metas, aonde você quer chegar. É preciso também montar uma planilha  de  orçamento pessoal,  receitas  e  despesas. Na internet há vários modelos.
 
A principal dica: ser fiel  à sua  planilha,  não  se  esquecer de  controlar  todos  os  gastos, por menores que eles sejam.

Nesta fase, onde os gastos são menores, não existem contas fixas (água, luz, telefone,  outros)  para  serem pagos  mensalmente,  não  há despesas com filhos e aluguel, portanto,  o  planejamento  é mais fácil de ser realizado.