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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

RESENHA DOCUMENTÁRIO “PEIXE PEQUENO”


O vídeo documentário “Peixe pequeno” dirigido pelos autores Altair Paixão e Vincent Carelli mostram a realidade do acampamento indígena Inquine Nauê, no Mato Grosso, onde práticas culturais da sociedade urbana estão sendo incorporadas pelos índios.

Em um dia normal no acampamento indígena, enquanto os homens dedicam à pesca, as crianças disputam um gole de “Coca-Cola”. Para a pesca, além das habilidades de produção de “covos” que são utilizados como armadilha na captura de peixes, eles usam barcos e motores. Nas brincadeiras as crianças da tribo simulam um tiroteio onde pedaços de madeiras são transformados em armas. São perceptíveis nas cenas do documentário essas influências dos brancos na tribo.

O diretor Vincent Carelli, completou em 2009 quarenta anos de indigenismo, iniciou em 1987 o Vídeo nas Aldeias, um projeto que coloca o vídeo a serviço dos projetos políticos e culturais dos índios. Desde então, realizou mais de 20 filmes, muitos deles premiados no Brasil e no exterior, além de atuar como formador de realizadores indígenas e produtor de seus filmes.

O diretor Altair Paixão iniciou sua colaboração com o Vídeo nas Aldeias em 1986 e desde então contribui regularmente com projetos, oficinas e realizações de documentários, além de integrar a diretoria da organização. Jornalista profissional autônomo e diretor de fotografia com 30 anos de experiência especializou-se em documentar questões sociais, culturais e ambientais.

O documentário apresenta os contrastes urbanos que estão inseridos no acampamento indígena Inquine Nauê. A cultura indígena sofreu muitas transformações desde o descobrimento do Brasil. Muitas aldeias indígenas adquiriram hábitos dos brancos no seu dia a dia. Nos quatro cantos do Brasil existem povos indígenas que resistiram e sobreviveram, após quinhentos anos de uma história de escravidão, guerras, epidemias e desrespeito.

O índio brasileiro hoje está totalmente dividido entre sua cultura e a do homem branco. Obrigando cada vez mais a se envolver com a cultura dos brancos, os índios vêem suas tradições dia após dia se extinguirem, sem possibilidade de reação. A caça e a agricultura desapareceram por culpa da civilização. Alguns desses índios sobrevivem de pequenos trabalhos artesanais, de doações e do pouco que planta e colhe.

O trabalho realizado pelos autores é de grande relevância para que possamos compreender a realidade das tribos indígenas e o nosso papel na sociedade. O roteiro utilizado pelos autores deixa claro que os índios ainda usam de suas habilidades na luta pela sobrevivência, mas que também agregaram ferramentas da sociedade em suas tribos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Violência nas escolas prejudica desempenho em sala de aula

Estudo realizado pela UFMG mostra o quadro da violência no ensino público mineiro

Nas ultimas semanas a ocorrência de violência nas escolas do Estado vem ganhado espaço nos noticiários de TVs e jornais, um dos casos mais comentados foram, de um aluno que nos jogos escolares foi chamado de burro, pelo professor de educação física e outro foi de um aluno que chutou a diretora da escola durante uma discussão numa escola de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

Uma pesquisa realizada no último ano pelo Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), da UFMG, mostrou que, entre os alunos entrevistados, 15,8% foram roubados em sua escola pelo menos uma vez, 36,9% foram furtados e 18,3% foram agredidos fisicamente.

O coordenador da pesquisa Cláudio Chaves Beato Filho aponta que a violência nas escolas tem duas distinções, a primeira é “a violência física perpetrada por traficantes ou bandidos nos bairros onde se encontram, assim como por alguns dos agentes do poder público encarregados da manutenção da ordem e da segurança” e a segunda seria “a violência que se exerce também pelo poder das palavras que negam, oprimem ou destroem psicologicamente o outro”.

Mesmo os alunos que não sofre a violência, a convivência com ela prejudica o desempenho e o rendimento escolar, sem falar nas conseqüências para os professores que segunda a pesquisa da UFMG tem efeitos psicológicos.

Vários alunos e professores mudam seus hábitos, como trocar o caminho ao ir ao trabalho ou andar sempre juntos para evitar agressões causa tensão influenciando nas atividades diárias. A pesquisa mostra o índice de alunos que não são vitimas de violência, mas convivem com a mesma, 27% dos entrevistados afirmaram já ter visto, pelo menos uma vez, pessoas armadas dentro da escola, 51% já viram consumo de drogas, 47% já viram outro aluno sendo assaltado e 10,4% faltou à aula pelo menos uma vez por medo de serem agredidos.

Essa pesquisa é um recorde do que acontece nas escolas, realizada em Belo Horizonte no ano passado em escolas públicas e particulares por meio de entrevistas. Foi solicitado aos alunos que classificassem sua escola como tranqüilas, inseguras ou violentas.

O gráfico a seguir mostra as características atribuídas pelo aluno ao contexto escolar no que diz respeito ao tema aqui considerado e o nível de satisfação com o próprio aprendizado. Outras variáveis poderiam ser importantes, mas foram selecionadas apenas as que apresentaram nível estatístico significativo.

Em Pouso Alegre, por exemplo, a superintendência não soube explicar quais os procedimentos para mudar o contexto de violência ou apresentar índices que comprovem a tranqüilidades das escolas Sul Mineiras. Recentemente uma palestra foi dada pelo diretor do presídio Leandro Francisco Pereira para os professores das escolas públicas com objetivo de prepará-los melhor para o dia a dia escolar.

O pesquisador Cláudio C. Beato conclui que para combater problemas relacionados à violência, a escola deve antes identificar as características individuais dos alunos como antecedentes em eventos violentos, uso de drogas, baixa expectativa de sucesso educacional e influência negativa dos pais, todos associados à delinqüência, para acompanhar caso a caso e se aproximar da comunidade e permitindo que membros externos possam utilizar esse espaço público, porém a escola pouco ou nada pode atuar sobre esses fatores externos.
Wilker Cardoso - Estudante de Jornalismo da Universidade do Vale do Sapucaí

sábado, 10 de setembro de 2011


“A mera menção à data dos atentados já o evoca, com força total, por si só, demonstra o êxito de seus arquitetos. Entre as milhares de cenas, aquelas do atentado foram gravadas a ferro e fogo na memória coletiva.”, José Arbex Jr. (2003)

11 de setembro de 2001: cento e dois minutos que mudaram a história

Era 11 de setembro de 2001, um dia normal na vida de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo. O que ninguém imaginava é que os EUA seriam alvo de um atentado terrorista que marcaria a história americana e mundial para sempre. Quem não se lembra dessa data?

O mundo testemunhou essa tragédia ao vivo pela televisão e Internet. Os últimos dez anos foram marcados pela busca ao principal acusado de chefiar os atentados, Osama Bin Laden.

O espaço aéreo dos EUA foi invadido por terroristas. O pânico se espalhou pelo país. As torres gêmeas do World Trade Center estavam em chamas. Pessoas desesperadas pulavam dos edifícios. Os bombeiros subiam as escadarias em busca de sobreviventes. Cento e dois minutos, este foi o tempo que as torres gêmeas, símbolos do capitalismo norte-americano, levaram para sucumbir diante dos olhos de milhares de pessoas. Cenas que jamais serão apagadas da memória de quem presenciou essa tragédia histórica.

Essa página de terror já está escrita nos livros de história e na vida de Fernando Gomes da Silva, professor de Geografia, que tinha 18 anos em 2001. Para ele, à medida que era divulgado o número de vítimas, o sentimento era de comoção. “Fui testemunha de um fato histórico terrível. Todos nós que vivenciamos aquele atentado iremos levar para vida toda aquelas imagens tão insanas e cruéis”, relembra.

Segundo o cientista político e professor da Escola Técnica de Inconfidentes, Isaias Pascoal, vários países estabeleceram aliança, trocaram informações e planejaram ações conjuntas na luta pela destruição das organizações terroristas. “Foram vários atentados ao longo do tempo. Em 2001 foi nos EUA. Alguns anos depois foi no Metrô de Londres e de Madri. Esses atos criaram um sentimento de medo latente na população dos EUA e da Europa”, explica.

Depois de quase dez anos de busca do líder da rede terrorista da al-Qaeda, Osama Bin Laden, principal responsável pelos ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA, que mataram cerca de 3.000 pessoas, chegou ao fim. Na madrugada do dia 2 de maio o presidente Barack Obama fez um pronunciamento confirmando a morte de Osama Bin Laden. Para Pascoal “exterminá-lo foi uma questão de honra e foi assim que os americanos se sentiram”, afirma.

Para Fernando, depois de tantos atentados terroristas, o respeito deve ser a palavra de ordem para o novo milênio. “Valeu a guerra em troca dos atentados? Não. As vítimas estão mortas, soldados estão mortos, Osama está morto, mas o terrorismo continua vivo”, conclui.

Fragmentos de uma manhã de terror

O primeiro avião a ser sequestrado decolou com 76 passageiros, 11 tripulantes e 5 se questradores a bordo. Às 8h46min40seg a aeronave bateu contra a Torre Norte do World Trade Center. Dezessete minutos depois, às 9h03min11seg, a segunda aeronave atinge a Torre Sul. No segundo avião havia 51 passageiros, 9 tripulantes e 5 sequestradores a bordo.

A terceira aeronave atingiu o Pentágono às 9h37min46seg. No voo havia 53 passageiros, 6 tripulantes e 5 sequestradores a bordo do Boeing 757. No quarto avião havia 33 passageiros, 7 tripulantes e 4 sequestradores a bordo. O voo caiu em um campo da Pensilvânia às 10h02min23seg após os passageiros lutarem com os sequestradores.

Tragédia em Números

  • Mortos no World Trade Center: 2 819
  • Fragmentos de pele e ossos coletados: 19 858
  • Número de corpos identificados: 1 102
  • Desaparecidos oficialmente declarados mortos: 1 717
  • Pedestres mortos pela queda de destroços: 10
  • Policiais mortos: 23
  • Bombeiros mortos: 343
  • Faixa etária média das vítimas do atentado: 36 anos
  • Pessoas resgatadas com vida dos escombros, todas no dia seguinte ao atentado: 18
  • Cães usados nas buscas por sobreviventes: 300
  • Quantidade de entulho retirada do local: 1,65 milhão de toneladas
  • Temperatura interna do WTC no incêndio: 1 000 graus
  • O impacto de cada um dos aviões equivaleu à explosão de 1000 toneladas de dinamite
  • Carros encontrados nas garagens subterrâneas: 1 350

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Semana do Jornalismo UNIVÁS - 09 a 14 de setembro

A INTERNET E O NOVO PAPEL DO JORNALISTA
O curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás) realizará nos dias 9, 12, 13 e 14 de setembro, a Semana do curso que este ano tem como tema central "A Internet e o novo papel do jornalista". Os eventos serão realizados no salão de eventos da unidade Fátima da Univás, a partir das 19h.

PALESTRAS
09/09 (6ª feira) – Prof. Dr. Carlos Alberto Zanotti:
"Jornais e novos negócios: impactos da diversificação de atividades sobre a qualidade da informação jornalística".

Graduado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1978), com mestrado (1995) e doutorado (2002) em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo. Ex-repórter da "Folha de S. Paulo" foi também repórter, editor e chefe de reportagem de jornais diários e emissoras de rádio da cidade de Campinas. Foi professor (1992-2006) do curso de Jornalismo da Univás (Pouso Alegre-MG), onde foi responsável pelo jornal laboratório "Primeira Página"; e professor do programa de pós-graduação "Linguagem e Sociedade". É membro do conselho editorial da revista "Comunicarte", do Centro e Linguagem e Comunicação (CLC) da PUC-Campinas, onde leciona desde 1982 na Faculdade de Jornalismo, da qual foi coordenador e onde atuou no conselho de curso. É responsável pela criação do jornal laboratório "Saiba+", faz parte do quadro de pesquisadores da instituição e ocupa o cargo de presidente do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade. Foi autor e coordenador dos projetos de extensão "Memórias da Imprensa de Campinas" e "Coletiva", ambos voltados ao Canal Universitário; e apresentador do quadro de entrevistas "Ciência no dia a dia", da TVB-Campinas. É líder do grupo de pesquisa "Sociedade Mediatizada: Processos Tecnologia e Linguagem" e membro da Rede de Pesquisa Aplicada Jornalismo e Tecnologia, filiada à SBPJor.

12/09 (2ª feira) – Lucas Adriano Junqueira Soares
“O dia a dia de um portal regional de notícias”

Lucas Adriano Junqueira Soares, 29 anos, jornalista formado pelo Unis – Centro Universitário do Sul de Minas, em dezembro de 2003. Trabalho há 5 anos e meio na EPTV Sul de Minas, fui videorepórter / repórter durante 4 anos e meio atuando na região de Passos (MG) e há 1 ano e dois meses estou como editor de internet do Portal EPTV.com. Também tenho experiências em rádio (Rádio Cultura AM / Alfenas, em 2005) e jornal impresso (Jornal Gazeta de Varginha – 2001 a outubro de 2002), ainda como estudante. Atualmente faço Pós-graduação em “Comunicação Estratégica nas Organizações” pela PUC, BH.

13/09 (3ª feira) – Patrícia do Prado Marques Cordeiro e Exposição dos trabalhos dos alunos do J VIII: “Um novo olhar”

“Onze de Setembro: o discurso jornalístico constrói os sentidos dos acontecimentos”
Possui graduação em Jornalismo pela Universidade do Vale do Sapucaí (2000) e mestrado em Linguística pela Universidade do Vale do Sapucaí (2007). Atualmente é professora e vice-cordenadora do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da Universidade do Vale do Sapucaí, leciona também nos cursos de Ciências Contábeis e Tecnólogo em Hotelaria da mesma instituição. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo On-Line e Editoração. Foi professora responsável pela Revista Eletrônica Ângulo da Notícia (2009 a 2010), desenvolvida pelos alunos do curso de Jornalismo e desde 2009 mantém o blog Território Virtual, destinado a debater como as implicações culturais das novas tecnologias afetam a sociedade e principalmente os meios de comunicação. É também professora responsável pela extensão em impresso do curso de Jornalismo Univás e Jornal do Estado.

14/09 (4ª feira) – Julio Cesar Costa
“O mercado para o fotojornalismo na era digital”


Vencedor da categoria Fotojornalismo, no 5º Prêmio Fundação Feac de Jornalismo 2002. Trabalhou para os jornais: Diário do Povo e Correio Popular de Campinas. Atualmente atua como Free Lancer para diversas agências de notícias.

Datas: 09, 12, 13 e 14 de setembro de 2011.
Horários: das 19 às 22 horas.
Local: Salão de eventos da Unidade Fátima da Univás.
Endereço: Avenida Pref. Tuany Toledo, 470 - Fátima I.
Telefone: (35) 3449-2119.

sábado, 3 de setembro de 2011

Produtores apostam em produção orgânica no Sul de Minas

Técnica atrai produtores que buscam novas alternativas de lucro na região.

A produção do morango vem crescendo nos últimos anos no Sul de Minas. Muitos produtores apostam em uma nova alternativa, o cultivo da fruta orgânica. Em Cambuí, no ano de 2010, a produção foi em torno de 240.000 mil pés e em 2011 estima-se que esse número seja superior a 300 mil pés plantados. De acordo com entidades econômicas locais, a produção do morango movimenta em torno de 5 milhões de reais por ano no município.

Produtor de morango orgânico há 4 anos, Paulo da Cruz Pereira, morador do Bairro Rio do Peixe, revela que o bom preço motiva a produção da fruta. Hoje ele tem 30 mil pés da fruta plantados, que chegam a produzir 20 toneladas ao ano. Cada pé chega a produzir até 500 gramas, o que permite um aproveitamento na produção. De acordo com ele “o mercado é favorável e está aumentando a procura do morango orgânico, mas o preço ainda é alto em relação ao cultivo convencional”.

Hoje o Bairro Rio do Peixe tem a maior produção de morango no município de Cambuí. Também é o local onde acontecem todos os anos a tradicional Festa do Morango. Em sua 27º edição, a festa foi realizada nos dias 19,20 e 21 de agosto e atraiu milhares de pessoas no bairro. Segundo Paulo a festa é uma oportunidade para os produtores mostrar a produção da fruta e divulgar o município para toda a região.

Para o sucesso dessa cultura, o produtor necessita de conhecimentos específicos sobre o manejo da irrigação e dos cuidados no preparo do solo. De acordo com o Engenheiro Luiz Claudio Nimtz Rodrigues, que dá assistência aos produtores através do trabalho da EMATER/MG em Cambuí, é necessária a boa preparação do solo antes do plantio do morango orgânico. “A sustentabilidade do seu processo de produção depende cada vez menos dos insumos que vem de fora da propriedade.”

Toda a produção do município é vendida nas principais capitais do país, dentre elas Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. A grande procura pelo produto orgânico se deve a qualidade do produto. Paulo explica que esta forma de cultivo da fruta permite um bem estar da saúde do produtor, já que não utiliza nenhum agrotóxico e produtos químicos. Outro ponto importante citado pelo produtor é a adaptação da planta às condições regionais. “Eu tenho o certificado, o selo de certificação da produção orgânica que atesta a qualidade do produto que eu vendo.