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terça-feira, 9 de julho de 2013

Crescimento da frota de veículos no Sul de Minas traz problemas no trânsito


Nos dias atuais, ter um carro deixou de ser uma questão de luxo, mas sim de necessidade. O que era status para poucos hoje faz parte da realidade da maioria das famílias do país. No Sul de Minas não é diferente. Grande parte da população não tinha acesso aos bens de consumo como a compra do carro próprio. Com as políticas de crédito mais acessíveis à população, a redução na taxa de desemprego e o aumento da renda da população aceleraram o mercado automobilístico. Esse reflexo pode ser observado no grande número de veículos que circulam diariamente. 

Um dos fatores que estimulou as venda de veículos foi à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, pelo governo no ano passado. A redução nas taxas de juros pelos bancos, e a facilidade de financiamento com o aumento dos prazos de pagamento foi outra alavanca para esse crescimento. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) a renda média do brasileiro no ano de 2011 atingiu os R$ 1.345,00. Com isso o poder de consumo da população aumentou e houve uma redução no nível de desigualdade.

Principias problemas

Minas Gerais tem a segunda maior frota do Brasil com 7,5 milhões de veículos. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito a cidade de Pouso Alegre tinha 21.794 automóveis em 2002 e hoje possui 41.285. Em Varginha, a frota saltou de 19.903 para 38.604. Em 2002, Itajubá tinha 14.487 automóveis circulando pelas ruas. Hoje, são 23.774. Poços de Caldas passou de 32.184 para 56.687 veículos. Na cidade de Cambuí não foi diferente, de 3.543 veículos pulou para 6.990 em 2012.

De acordo com o Secretário de Transporte e Trânsito da cidade de Pouso Alegre Marcos Aurélio da Silva, 47 anos, para administrar o trânsito de uma cidade em pleno desenvolvimento, cuja frota recebe 6.000 novos veículos todos os anos, a Prefeitura concentra seus trabalhos em três frentes principais: educação no trânsito, melhoria da infraestrutura de segurança viária e sinalização. “A administração municipal vem trabalhando incansavelmente para solucionar os graves problemas de fluxo em nossas vias. Vários investimentos foram feitos em sinalização viária horizontal, vertical e semafórica”.

Com esse crescimento no número de carros circulando pelas ruas dessas cidades também trouxe graves problemas no trânsito. Em Pouso Alegre nos horários de pico é quase impossível trafegar pelas vias principais da cidade. Entre os maiores problemas enfrentados pela população é a dificuldade de estacionar nas áreas centrais da cidade. Para resolver esse problema o secretário conta que a solução é a implantação da Zona Azul permitindo a rotatividade das vagas para estacionamento. “Na verdade, este não é um problema pontual de Pouso Alegre, mas de todas as cidades que passam por um acelerado processo de desenvolvimento econômico” explica o secretário.

Marcos Aurélio explica que muitos investimentos já foram realizados para melhorar a qualidade do trânsito na cidade. Ele também destaca o trabalho realizado pela secretaria com a educação no trânsito. “Temos realizado blitz educativas onde os próprios agentes de trânsito conscientizam a motoristas e pedestres para importância de se ter um comportamento seguro e respeitoso no trânsito”.

E os motoristas reclamam

Para Antônio Ferreira da Silva, Juninho, 20 anos, o carro é indispensável no seu dia a dia e no seu trabalho. Recentemente ele trocou seu veículo usado por um zero quilometro. Para ele o conforto e a economia foram os motivos para a troca. “Um carro mais moderno tem consumo de combustível reduzido, e menor manutenção, e é claro o conforto de todos que utilizam o carro, afinal nós todos da minha família utilizamos, e sem dúvidas o espaço interno e do bagageiro contava pontos.”

Antes da compra Juninho explica que é necessário fazer os cálculos das prestações, manutenção básica do veículo e dos impostos anuais (IPVA, Seguro Obrigatório e Taxa de Licenciamento). “O preço dos combustíveis estão bem altos, o que torna mais difícil, em partes, pra aqueles com um orçamento reduzido manter um veiculo.” Juninho explica que o grande problema enfrentado pelos motoristas são as ruas mal conservadas, falta de sinalização e a má prática dos condutores. “Muitas pessoas esquecem que não estão sós no trânsito e muitas das vezes agem com imprudência.”

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